quinta-feira, 12 de julho de 2007

1. Plágio. Imitar o trabalho alheio. Assiná-lo como seu. O plágio reconsiderado: a obra de arte na era da reprodutibilidade técnica prescinde da noção de autor. Imitar o trabalho alheio é um convite para que outros figurem no lugar onde antes só havia um. A arte da combinatória como a construção de subconjuntos não ordenados de um conjunto discreto e finito: Blue Man Group e Michel Foucault.

1.1 Também em Artaud (o teatro é o nascedouro de formas que refazem o ato criador, formas capazes de dirigir ou derivar forças) o diretor, o autor perdem seu lugar em nome de uma crueldade bacântica - onde finda-se a distância entre ator e platéia: todos atores e todos parte do processo, ao mesmo tempo - esta, a crueldade, o despedaçamento do autor/diretor em nome da multiplicidade, das narrativas complexas. O Eu, já vimos em Hume, nada mais é que uma máscara da variabilidade. Heráclito, Montaigne...

E ele, Artaud, escreveu em algum lugar:

“A questão que se coloca é de permitir que o teatro reencontre sua verdadeira linguagem espacial, linguagem de gestos, de atitudes, de expressões e de mímica, linguagem de gritos e onomatopéias, linguagem sonora, onde todos os elementos objetivos se transformam em sinais, sejam visuais, sejam sonoros, mas que terão tanta importância intelectual e de significados sensíveis quanto a linguagem de palavras.”

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