quinta-feira, 19 de julho de 2007
Tempestade de Meteoritos sobre Itaquera
"...para realizar a tarefa, criar conceitos, que são antes meteoritos que mercadorias." ( Gilles Deleuze e Félix Guattari)
sexta-feira, 13 de julho de 2007
A Batalha de Eustáquio
 Foi assim: Segunda-feira. Escrevi num pano grande algumas frases tratadas nas aulas de Filosofia e Geografia, enroleime no mesmo, inclusive a cabeça. Nos olhos, óculos escuros. na boca e no nariz uma máscara cirurgica. dirigi-me ao palco da escola, que fica no pátio. E fiquei lá aguardando a entrada dos alunos bem junto ao portão. depois veio a terça, quarta, quinta e sexta-feira. as encenaçãoes ocorreram todas de improviso. a idéia central que acabou por ser construída conforme construíamos as personagens e o enredo foi a seguinte: Eustáquio, trabalhador solitário, é acossado pelo espírito do capitalismo. a princípio ele consegue fugir, mas depois o espírito ataca no ponto fraco: Eustáquio tem como unica companheira uma planta. É nela que o espírito encarna. e é por meio dela que Eustáquio é enganado. Outras pessoas que entraram em cena foram os anarquistas: Renan, Flávia e Arthur...Tivemos momentos verdadeiramente catárticos como quando um anarquista ( Renan) derruba o Espírito e arranca-lhe a ferramenta que passa para as mão do trabalhador. Outros alunos invadiram o palco e tentaram amarrar o espírito. No período da tarde, quase fomos esquartejados...A peça durou uma semana e ocorreu na hora da entrada e no intervalo.Woyzec!
 André Gomes! Pra você eui tiro o chapéu - ou melhor - a coroa de hera! O André encontrou-me na segunda-feira à noite, no palco do pátio da escola, as pessoas passavam assustadas, se perguntando o que seria aquela criatura. Foi a primeira aparição do espírito. ELe logo entendeu o recado, pulou para cima do palco e perguntou-me: " VOcê quer ajuda!?" ao que eu respondi: " Eu sou o Espírito do capitalismo e você, um trabalhador" Ali começou "A Batalha de Eustáquio, o trabalhador, contra o Espírito do Capitalismo"Um trabalhador das artes...verdadeiro artesão
Vontade de Palco
Idéias para vestir
 Outra referencia importante é o Hélio Oiticica com seus parangolés . Idéias para vestir! Impossível não pensar em Arthur Bispo do Rosário e seu Manto do Juízo Final. "O Livro de Cabeceira" filme de David Cronenberg onde um livro é escrito na pele de uma mulher...e também de um morador de rua que ficava pela região da Av. Paulista, ele escrevia o dia inteiro e possuia um saco enorme de escritos...Baco, Dionísio...fauno, pã...

Fazendo a Cabeça de um pobre proletário

Um pesadelo
quinta-feira, 12 de julho de 2007
Fragmento de Livro
Me prometes o que não podes me dar e é com essa promessa feita no silêncio da coisa muda, no silêncio das portas e aposentos bem cerrados, atrás das cortinas é que a cena se desenrola — o mistério das cortinas fechadas é o que faz com que o público permaneça —mas o que se sucedequando se arrancam as cortinas e se nos revela aquilo que tivesse que permanecer em segrerdo?
A coisa muda então nos engole com sua mudez e o mistério da coisa revelada nos reconduz a uma relinguagem: somos obrigados a falar para que somente assim possamos o acidente de não se ter o que falar.
Abra mais as cortinas, as portas, as janelas, as pernas. Deixe que entre o ar, a luz, deixe que se veja, mostre! Conquanto não te esqueças que é o segredo que faz ficar e que as portas escancaradas são as portinholas dessa gaiola que trazes por toda tua fala — escancare! Os pássaros voam para longe...

Milton Nascimento E Caetano Veloso
15.1 “Trata-se de ativar saberes locais, descontínuos, desqualificados, não legitimados, contra a instância teórica unitária que pretende depurá-los, hieraquizá-los, ordená-los em nome de um conhecimento verdadeiro, em nome de uma ciência detida por alguns.” Foucault, M. Microfísica do poder, Rio de janeiro: Edições Graal, 1984
16 Deleuze: “A arqueologia não é necessariamente o passado. Há uma arqueologia do presente”. Deleuze, G., Conversações, Rio de Janeiro: Ed.34 , 1992
16.1 Há coisas soterradas nesse momento. É por isso que os conceitos cavoucar, furar, espetar são agenciamentos.
17. E a genealogia: “"a genealogia a tática que, a partir da discursividade local assim descrita, ativa os saberes libertos da sujeição que emergem dessa discursividade".
Foucault, M. Microfísica do poder, Rio de janeiro: Edições Graal, 1984
18. Ativar os saberes subalternos ( Walter Mignolo ) – aqueles que foram durante a invenção da história, postos à margem. A terceira margem do rio.
12.1 As pessoas não são nada. “Tudo está em ato”, diz Sartre. ( Discutir com o Boal a questão de ato e potência... marcar entrevista. )
13.1 Jonh CAge disse: “eventos teatrais espontâneos e sem trama”, sobre os happenings.
14. o texto plagiário figura como mera cópia, não avança novos sentidos...
14.1 Será que estou avançando e perdendo a dimensão do plágio?

11.1 Teatro do Oprimido: multiplicar a capacidade de entender sua própria ação... se separar em ator e espectador... e principalmente autor...( mas o autor já não morreu? )
7.1 Ainda que sejam mentiras ( como Nietzsche em “ Sobre Verdade e Mentira no sentido Extra-moral” )
8. Das multiplicidades e das lutas. ( título de livro? )
9. enredo, personagens, diálogo... ( a partir de ) elementos anestésicos do ilógico: invenção ( Deleuze) de objetivos, tentativa de reproduzir in locu, a aporia, a falta de soluções e sentido – “Esperando Godot”- do homem e sociedade...Também Ionesco, Arrabal, Günther Grass, Qorpo Santo e quiçá Estela do Patrocínio; Bispo do Rosário.
10. Teatro Invisível- Teatro do oprimido- em que se simula uma situação real e do cotidiano, onde o "público" torna-se, inconscientemente participante da representação.
10.1 – Le Blue Foucault simula uma situação real do cotidiano acadêmico: simula o intelectual e as pessoas o tratam como se realmente se tratasse de um intelectual. As teorias do Le Blue Foucault, são criações estéticas, são textos artísticos. O “publico” torna-se participante da performance ao contestar, concordar, acessar Le Blue.
10.2 Então alterar o destino daquilo que foi...escrito? Dito ou desenterrado...
4. Nietzsche: não há um órgão central do pensamento. O pensamento está espalhado por todo o corpo. Assim como o eu é apenas uma configuração momentânea de forças que lutam entre si sem que haja vencedores em definitivo.
5. Uma coisa feita de partes mas que é um todo maior que a soma das suas partes.
6. Re-paginação de forças: em todo o corpo a co-relação de forças atenta, aponta para relação de forças. Se é relação então o poder está em todas as partes. Seja eu esta colagem, esta sobreposição e condensamento dos homens do Blue Man Group com Michel Foucault. Uma pessoa que segura pelos cabelos a coisa que por hábito se chama “Eu” está atravessada por relações de poder e só pode ser considerada nos movimentos de idas e vindas, no palco da crueldade. Se para Foucault o poder produz verdade e saber, então a cola Le Blue Foucault, espeta, cavouca e grita alguma verdade oriunda de uma luta travada no corpo.

3. O quanto há de esquizofrenia. Exu, cortado em 101 pedaços e o centésimo primeiro pedaço volvendo Exu novamente para ser cortado em 101 pedaços. A questão a saber é se os fragmentos de Exu são cada um uma fatia distinta ou se cada parte seria como um símile – fractal. [Do rad. lat. fract- (como em fractus, 'quebrado', e fractio, onis, 'ação de quebrar, partir'; 'fração', ambos de frangere, 'fazer em pedaços') + -al1.] Dicionário Aurélio.
3.1 E nosso conhecimento em se construindo na Wikipédia:
“As raízes conceituais dos fractais remontam a tentativas de medir o tamanho de objetos para os quais as definições tradicionais baseadas na geometria euclidiana falham.
Um fractal (anteriormente conhecido como curva monstro) é um objeto geométrico que pode ser dividido em partes, cada uma das quais semelhante ao objeto original. Diz-se que os fractais têm infinitos detalhes, são geralmente auto-similares e independem de escala Em muitos casos um fractal pode ser gerado por um padrão repetido, tipicamente um processo recorrente ou iterativo.”
1.1 Também em Artaud (o teatro é o nascedouro de formas que refazem o ato criador, formas capazes de dirigir ou derivar forças) o diretor, o autor perdem seu lugar em nome de uma crueldade bacântica - onde finda-se a distância entre ator e platéia: todos atores e todos parte do processo, ao mesmo tempo - esta, a crueldade, o despedaçamento do autor/diretor em nome da multiplicidade, das narrativas complexas. O Eu, já vimos em Hume, nada mais é que uma máscara da variabilidade. Heráclito, Montaigne...
E ele, Artaud, escreveu em algum lugar:
“A questão que se coloca é de permitir que o teatro reencontre sua verdadeira linguagem espacial, linguagem de gestos, de atitudes, de expressões e de mímica, linguagem de gritos e onomatopéias, linguagem sonora, onde todos os elementos objetivos se transformam em sinais, sejam visuais, sejam sonoros, mas que terão tanta importância intelectual e de significados sensíveis quanto a linguagem de palavras.”






